Equinócio de outono: o equilíbrio para começar a minguar

Equinócio. Momento de equilíbrio entre os polos. Dia e noite se equivalem, a temperatura já está mais amena.

Outono. Período em que observamos o sol minguar, até atingirmos o máximo de distância. O ciclo começa a se encerrar, chegando ao seu extremo no solstício de inverno, para então novamente iniciar. Seria o equivalente à fase minguante da lua.

As folhas caem. Momento de avaliar o ciclo que termina, propício para podas. Separar as boas sementes, armazenar, decidir o que guardar para o próximo ciclo e o que deve ser descartado.

O verão, e toda sua intensidade de fogo, se despede. Depois de tanta expansão, chega a hora da introspecção. De observar a mente, trabalhar o canto, a palavra sagrada. A respiração. Nossos ares internos. Perceber as armadilhas do pensamento para poder bem guiá-lo. Voar com direcionamento e segurança. Fazer boas escolhas.

Esse período do ano é interessante para se recolher, cuidar, preservar. Eleger muito bem onde colocar a energia, sem desperdiçar. Praticar a auto-observação, o autocuidado. Nutrir.

Viver de acordo com o ciclo da vida é uma sabedoria simples, profunda, antiga. Praticada de diferentes maneiras por diferentes povos. Esse saber nos ensina boas maneiras de viver nesse planeta como seres vivos que somos, como natureza. Os seres humanos se esqueceram, mas também são natureza. E desse esquecimento, dessa ignorância, surge a desconexão e a capacidade de ir contra o fluxo da vida, destruindo. Se sentindo separado, acima, e buscando conquistar. O que, além de gerar o colapso ambiental, gera colapso social e individual também. Falta de sentido, ansiedade, depressão. Sensação de despertencimento.

Num mundo doente, atentar para os movimentos da lua, do sol e os fluxos da vida dentro, fora e entre, é revolucionário. A vida pode ser mais simples se estamos em conexão com ela.

 

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